quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estresse na infancia?

O estresse é uma situação que requer adaptação ou alteração e pode causar ansiedade. Diz respeito a situações que são desejadas, mas normalmente se refere a alterações não desejadas na vida (como doenças ou lesões).
Estresse não é só coisa de adulto, é um aspecto inevitável da vida, ao qual pessoas de todas as idades estão sujeitas. Um pouco de estresse é útil, porque gera motivação. No entanto, em excesso ele pode ir se acumulando e interferir na vida da pessoa.
Um estudo realizado pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, sugere que experiências estressantes na primeira infância podem ter impacto de longa duração na saúde das crianças. A explicação estaria no sistema imunológico que não está totalmente predefinido no nascimento, o sistema se desenvolve de acordo com o ambiente em que a criança vive e como é criada.

“O estresse da criança atinge sua saúde e ela fica mais predisposta a ter infecções, além de dor abdominal, cefaleia, tensão muscular, náuseas e problemas para dormir”, explica Márcia Sanae Kodaira, pediatra do Hospital Santa Catarina (SP).

“Pais estressados geram bebês irritados”. Segundo a psicóloga, nos primeiros 5 anos de idade, a criança capta tudo o que a cerca. São anos preciosos na formação do seu caráter e personalidade. Se esse período for marcado por eventos negativos o tempo todo haverá prejuízos para a sua formação.

A experiência, a educação e o apoio permitem que a maioria das pessoas reaja ao estresse de forma adequada e permitem que se mude de acordo com as circunstâncias. A reação ao estresse tanto pode ser adquirida quanto natural e pode ser adequada e saudável, ou inadequada e patológica. O estresse pode afetar a forma de as pessoas pensarem, agirem e sentirem. Os seres humanos possuem uma reação natural ao estresse (como a confusão, a amnésia e o bloqueio da dor), que lhes permite sobreviver enquanto seus organismos se reorganizam e reagem contra o estresse grave. As crianças aprendem a reagir ao estresse por meio da experiência pessoal e da observação. A maioria dos episódios de estresse infantil pode parecer insignificante aos adultos, mas isso se deve ao fato de as crianças possuírem poucos registros anteriores aos quais recorrer. Mesmo situações que pedem pequenas alterações podem ter um impacto enorme em seus sentimentos de segurança.

Uma dor, uma lesão e uma doença são grandes fontes de estresse para uma criança. Os tratamentos médicos geram um estresse ainda maior. Também é gravemente estressante, para uma criança, a constatação do estresse nos pais.

SINAIS DE ESTRESSE NÃO RESOLVIDO EM CRIANÇAS:

As crianças podem não saber que estão estressadas. Os pais podem suspeitar que seus filhos estejam excessivamente estressados se as crianças, tendo passado por um episódio desse distúrbio, apresentarem os seguintes sintomas:

* Sintomas físicos
o dor de cabeça
o mal-estar estomacal ou dor de estômago branda
o distúrbios do sono
o pesadelos
o micção na cama; episódio novo ou recorrente
o apetite reduzido, alterações nos hábitos alimentares
o outros sintomas físicos (sem haver doença física)
* Sintomas emocionais ou comportamentais
o ansiedade
o preocupação aparente ou incapacidade de relaxar
o medos novos ou recorrentes (medo do escuro, medo de estar só, medo de estranhos)
o agarrar-se a alguém para não deixá-lo ir embora
o pode fazer perguntas (ou não)
o raiva
o choro
o lamúrias
o incapacidade de controlar as emoções
o comportamento agressivo
o comportamento obstinado
o regressão a comportamentos típicos de etapas anteriores de desenvolvimento
o recusa-se a participar de atividades familiares
o recusa-se a participar de atividades escolares

COMO OS PAIS PODEM AJUDAR

Os pais podem ajudar as crianças a reagir ao estresse de formas saudáveis. Algumas atitudes que os pais podem tomar:

* Proporcionar à criança um lar seguro, garantido, familiar, consistente e confiável.
* Passar horas calmas e relaxadas com as crianças.
* Incentivá-las a fazer perguntas.
* Incentivar a expressão de apreensões, preocupações, medos.
* Escutar a criança sem criticá-la.
* Fomentar a auto-estima da criança. Usar de incentivo e afeto. Tentar envolver a criança em situações nas quais ela possa sair-se bem.
* Incentivá-la positivamente ao invés de com um castigo, quando a criança tira notas ruins ou vai mal em alguma atividade.
* Permitir que a criança tenha oportunidade de fazer escolhas e ter algum controle sobre a própria vida.
* Incentivar a prática de alguma forma de atividade física.
* Concientizar a criança quanto a situações e acontecimentos que sejam estressantes para ela. Isso diz respeito a novas experiências, medo de resultados imprevisíveis, sensações desagradáveis, desejos e necessidades não satisfeitos e perdas.
* Reconhecer sinais de estresse não resolvido na criança.
* Manter a criança informada quanto a mudanças antecipadas e necessárias.
* Buscar ajuda ou aconselhamento profissional quando os sinais de estresse não diminuem ou não desaparecem normalmente.

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